Felinos & Caninos

AvatarHistórias de cães e gatos de casa e da rua e outros animais menos votados

Maluco 3 (Apolinho)


Hoje vou apresentar um gato de rua. Ele pode até ter dono mas acredito que não tenha. Quase todos os dias, quando acordo, eu o vejo aqui em casa. Se a porta dos fundos está fechada ele espera, caso contrário invade o recinto e tira um cochilo no gaiolão destinado aos gatos.

Eu já falei, os bichos aqui tem uma dupla denominação. O pessoal da casa chama esse gato de Apolinho por causa da semelhança com o Apolo. Eu, por coerência, já que chamo o Apolo de Maluco 2, resolvi denominá-lo de Maluco 3. Ele chega e quer logo beber água na torneira. Nós fazemos sua vontade. Até já fiz uma brincadeira fotográfica. Ele bebe água na bica, um outro bebe cerveja. Qualquer hora publico.

Lá em cima as fotos do Maluco 3:
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A gata chamada Gata Mãe


O cantor Eduardo Dusek imaginou, certa vez, uma cadela a que deu o nome de "Sua Mãe" e fez uma música, O Rock da Cachorra, não propriamente em homenagem à animalia, mas sugerindo que se trocassem animais de estimação por uma criança pobre. A letra é bem sugestiva e o assunto, com outro enfoque, foi objeto de um post em outro blog.

Noutro dia veio um nosso vizinho pedir ajuda para uma gata que frequentemente invadia seu quintal mas que desta vez não podia ir-se embora porque estava com a pata quebrada. Foi constatado que se tratava apenas de uma forte luxação e também que a gatinha estava cheia de leite e que, portanto, estava amamentando. Suas crias iriam morrer porque não sabíamos de onde ela tinha vindo. Mas em seguida apareceram dois pequenos órfãos, quase com a mesma idade e já crescidinhos, e a gata os aceitou.

Mais adiante apareceram três ou quatro gatos precocemente desmamados e ela também os aceitou. Por isso que ela virou a Gata Mãe.

O povo, não sei se por ignorância ou de caso pensado, costuma apartar os animais recém-nascidos de suas mães e atirá-los à rua ou colocá-los à porta de alguém que sabem gostar de animais. É um ato irresponsável. Que custaria esperar mais alguns dias para que os filhotes pudessem se alimentar sozinhos? É muito difícil a um filhote sobreviver longe da mãe, é muito sacrifício para uma pessoa muitas vezes ter que acordar de madrugada para levar a mamadeira ao gatinho que chora de fome. Nem sempre há uma Gata Mãe disponível.

O gato chamado Cordinha





A história é velha e conhecida mas ilustra bem porque aquele gatinho recebeu o nome de Cordinha.

O velho morubixaba explicava ao indiozinho como eram colocados os nomes nas criancinhas índias:
- Quando indiozinho nascer em dia de muita lua, receber o nome de Lua-Prateada. Se dia for quente o nome será Sol-Brilhante. Se lobo uivar nas colinas próximas o nome será Lobo-Uivante, entendeu?
......
......
- Mas por que você quer mesmo saber essas coisas, indiozinho Cachorro-Cagando?

Aquele gatinho chegou pelos telhados em busca de comida e tinha uma cordinha presa ao pescoço. O povo de casa, ao cabo de alguns dias, conseguiu capturá-lo, para castrá-lo e retirar a inútil corda. Castrado ele já era, mas perdeu a corda e ganhou o nome.

Cordinha era um gato muito arisco no princípio. Continuava a vir em busca de comida e até arranjava um cantinho para dormir apesar de ser perseguido por dois ou três felinos, perseguir outros tantos e não gozar da indulgência de nenhum cachorro da casa. Sua relação com os humanos era péssima. À nossa aproximação ele chiava feito cobra (???), preparando-se para dar o bote.

No entanto ultimamente Cordinha tem estado mais cordato, já se submete a um carinho e eu me surpreendi com ele miando para mim e vindo em minha direção. Prontamente alisei seu pelo e ele se enroscava nos meus dedos. Essa amizade teve curta duração: quando me dispus a ir embora ele não gostou e demonstrou de modo desproporcional seu descontentamento. Cravou no meu braço unhas e dentes deixando três buracos sanguinolentos.

Voltei depois a fazer carinho no Cordinha e ele age como se nenhum entrevero tivesse ocorrido entre nós. Eu, como sei que ele passa do amor ao ódio em frações de segundo, quando tenho que ir embora me afasto rapidamente não lhe dando chance para estúpidas reclamações.

Floquinho e Picolé mais Tiririca

Que é isso? Será um espanador?
Não, é apenas o Floquinho, nome dado pela dona da casa. Mas como às vezes eu acho que o nome não se aplica, resolvi chamá-lo de Picolé. Penso que ele, como alguns outros animais aqui de casa que têm dupla denominação, não deve ter nenhuma crise de identidade por ter de acudir a dois chamados diferentes.

Abaixo, foto de frente do Floquinho... ou Picolé.



Dizem que apenas os líquidos podem assumir o formato do seu continente. Não é verdade! Vejam abaixo que o Tiririca assumiu o formato da caixa. Ou estarei enganado e a caixa assumiu o formato do simpático, galhofeiro e rebelde cãozinho? Este tem apenas um nome, dado pelo pessoal do estacionamento de carros onde ele dormia. É um cão de sorte. Sua história será contada em outra oportunidade.

Um gato chamado Furinho


Furinho

Se você gosta de cães ou gatos é recomendável não deixar que as pessoas saibam disso porque, a despeito de se acharem muito "humanas" por não abandonarem seus animais na rua, podem equivocadamente julgar que você tem a obrigação de ficar com eles. E os deixam na sua porta.

E mais, desmamam os animais com pouco tempo de nascidos, sem necessidade - não podem ser tão ignorantes -, colocam-nos em uma caixa e o resto é com o dono da casa que recebe o presente.

Tem acontecido aqui em casa. Há mamadeiras próprias para se ministrar alimentos a animais nessa situação mas eles nem sempre resistem.

Há pouco tempo deixaram três gatinhos em frente à casa de uma senhora minha vizinha. Ela tem uns poucos gatos em seu quintal e acabou por trazer os recém-chegados para nós.

É um grande problemas alimentar esses bebês. Eles choram (miam) durante a noite, uma ou duas vezes, com fome; então você acorda e vai acalmá-los. Não se vê a hora em que eles crescerão e começarão a alimentar-se sozinhos. Quando isso aconteceu conseguimos dar os dois gatinhos pretos. O amarelo tinha um furo na barriga que dava até para introduzir o dedo, não sei até que profundidade, não cheguei a ver o furinho. O certo é que ele ficou aqui em casa em observação. Não era nada demais, nada grave. O nome dele? Furinho.

Orelhuda


Os animais também têm sua sina. Cruel é a vida de cachorro do pobre, ou dos menos afortunados, digamos assim. Todo mendigo gosta de possuir seu cachorrinho para dividir com ele seu infortúnio e suas migalhas. Acontece que um cidadão parco de recursos financeiros e mentais conseguiu, não sei onde, o animal da foto. Não é difícil intuir a razão do nome dela - é uma cadela.

Quando o "dono" da Orelhuda sumiu da área a condição dela não mudou muito, ela já era da rua mesmo... Só que agora arrumou uma casa para passar a noite e pouco fica na gandaia.

Dizem que os animais não raciocinam e que tudo o que fazem é por instinto. Mas vejamos o que aconteceu quando a Bolinha, outro animal de rua, que caminhava ao meu lado, encontrou num jornal uma grande quantidade de um estranho rango, ali colocado para os animais da rua. Ficou enlouquecida. Mas como achei que era comida velha e, devido ao forte calor, talvez já estivesse estragada, toquei-a para longe dali. Ela empacou feito um burro teimoso, atravessou a rua e não tirava os olhos do pitéu. Mas consegui levá-la para bem longe, mais de 50 metros, quando achei que seus "pensamentos" já teriam ficado pra trás. Quando me afastei e ela se sentiu sem restrições, saiu em louca disparada, atravessou a rua e foi "matar a fome".

Os animais raciocinam ou agem guiados apenas pela memória e pelo instinto? Não seria a decodificação da memória uma espécie de raciocínio?