Felinos & Caninos

AvatarHistórias de cães e gatos de casa e da rua e outros animais menos votados

A Dama e o Vagabundo

A Dama

A Vermelhinha é uma "cocker spaniel" que perambulava pela Linha Amarela, uma via do Rio de Janeiro. Bem que queriam chamá-la de Amarelinha, mas não colou. Quando foi encontrada estava em mau estado de conservação, cheia de sarna; agora é a beleza que se vê acima.

 Conheci um veterinário que chamava essa raça de "cocker espanha". Faz sentido. A última vez que ouvi falar dele, era réporter de campo de um programa esportivo. Desconfio que ele não tinha diploma nem de veterinário nem de jornalista.

Na foto a Vermelhinha tinha regressado do banho. Ela fica enlouquecida quando a menina vem buscá-la.

O Vagabundo

Esse é o Floquinho, ou Picolé, como eu gosto de chamá-lo. Também foi um cachorro abandonado, ou fugitivo. Alguns animais são jogados na rua, outros encontram o portão aberto e perdem o caminho de volta.

Floquinho já foi mais lãzudo. Na primeira tosa apareceu a sarna, então, como ele tinha sido recolhido para doação e como apareceram outras sarnas, ele foi ficando e ficou. É um cachorro temperamental e voluntarioso. Quando quer entrar na casa, faz um alarido insuportável. É o Vagabundo. Foi fotografado, ele e a Dama, quando ambos voltavam do banho.


O Floquinho (Picolé) antes da tosa

O gato mais inteligente do plantel

Raulzinho apareceu, vindo não se sabe de onde, aqui na porta da loja. Um filhote tigrado em cinza, um típico gato vira-latas. Uns caras queriam zoar com o bichinho. Quem sabe não se inclui nessa parafernália de combate aos homofóbicos e aos racistas, também o combate aos que maltratam os animais?

Recolhi o gatinho errante, abandonado nas ruas. Não me lembro da fase adolescente do Raulzinho, só lembro que lhe dei esse nome pelo seu vezo de, à noite, chamar insistentemente o raul perambulando pelos telhados.

Ele era um eficiente caçador de camundongos. Quando os pegava comia com casca e tudo, sem correr muito, sem estardalhaço, só esperando o momento certo.

Não aprovei muito quando ele foi castrado, mas pelo menos ficou um pouco mais calmo. Nunca foi de se afastar da casa, de adentrar o quintal dos vizinhos, expondo-se a comer uma dose de veneno. Nunca se pode saber quem faz isso, mesmo porque os covardes agem na calada da madrugada.

Fiz um vídeo despretensioso com o Raulzinho, mas já tem mais de 46 mil visitas. E muitos comentários. Ele morreu nesta madrugada. Após muitos verões, também os cisnes morrem, conforme diz o poema de Alfred LORD Tennyson. Raulzinho teria apenas uns 10 verões. E me deixou muito triste.

Maluco 3 (Apolinho)


Hoje vou apresentar um gato de rua. Ele pode até ter dono mas acredito que não tenha. Quase todos os dias, quando acordo, eu o vejo aqui em casa. Se a porta dos fundos está fechada ele espera, caso contrário invade o recinto e tira um cochilo no gaiolão destinado aos gatos.

Eu já falei, os bichos aqui tem uma dupla denominação. O pessoal da casa chama esse gato de Apolinho por causa da semelhança com o Apolo. Eu, por coerência, já que chamo o Apolo de Maluco 2, resolvi denominá-lo de Maluco 3. Ele chega e quer logo beber água na torneira. Nós fazemos sua vontade. Até já fiz uma brincadeira fotográfica. Ele bebe água na bica, um outro bebe cerveja. Qualquer hora publico.

Lá em cima as fotos do Maluco 3:
http://feeds.feedburner.com/UDFTWMXDT38D

A gata chamada Gata Mãe


O cantor Eduardo Dusek imaginou, certa vez, uma cadela a que deu o nome de "Sua Mãe" e fez uma música, O Rock da Cachorra, não propriamente em homenagem à animalia, mas sugerindo que se trocassem animais de estimação por uma criança pobre. A letra é bem sugestiva e o assunto, com outro enfoque, foi objeto de um post em outro blog.

Noutro dia veio um nosso vizinho pedir ajuda para uma gata que frequentemente invadia seu quintal mas que desta vez não podia ir-se embora porque estava com a pata quebrada. Foi constatado que se tratava apenas de uma forte luxação e também que a gatinha estava cheia de leite e que, portanto, estava amamentando. Suas crias iriam morrer porque não sabíamos de onde ela tinha vindo. Mas em seguida apareceram dois pequenos órfãos, quase com a mesma idade e já crescidinhos, e a gata os aceitou.

Mais adiante apareceram três ou quatro gatos precocemente desmamados e ela também os aceitou. Por isso que ela virou a Gata Mãe.

O povo, não sei se por ignorância ou de caso pensado, costuma apartar os animais recém-nascidos de suas mães e atirá-los à rua ou colocá-los à porta de alguém que sabem gostar de animais. É um ato irresponsável. Que custaria esperar mais alguns dias para que os filhotes pudessem se alimentar sozinhos? É muito difícil a um filhote sobreviver longe da mãe, é muito sacrifício para uma pessoa muitas vezes ter que acordar de madrugada para levar a mamadeira ao gatinho que chora de fome. Nem sempre há uma Gata Mãe disponível.

O gato chamado Cordinha





A história é velha e conhecida mas ilustra bem porque aquele gatinho recebeu o nome de Cordinha.

O velho morubixaba explicava ao indiozinho como eram colocados os nomes nas criancinhas índias:
- Quando indiozinho nascer em dia de muita lua, receber o nome de Lua-Prateada. Se dia for quente o nome será Sol-Brilhante. Se lobo uivar nas colinas próximas o nome será Lobo-Uivante, entendeu?
......
......
- Mas por que você quer mesmo saber essas coisas, indiozinho Cachorro-Cagando?

Aquele gatinho chegou pelos telhados em busca de comida e tinha uma cordinha presa ao pescoço. O povo de casa, ao cabo de alguns dias, conseguiu capturá-lo, para castrá-lo e retirar a inútil corda. Castrado ele já era, mas perdeu a corda e ganhou o nome.

Cordinha era um gato muito arisco no princípio. Continuava a vir em busca de comida e até arranjava um cantinho para dormir apesar de ser perseguido por dois ou três felinos, perseguir outros tantos e não gozar da indulgência de nenhum cachorro da casa. Sua relação com os humanos era péssima. À nossa aproximação ele chiava feito cobra (???), preparando-se para dar o bote.

No entanto ultimamente Cordinha tem estado mais cordato, já se submete a um carinho e eu me surpreendi com ele miando para mim e vindo em minha direção. Prontamente alisei seu pelo e ele se enroscava nos meus dedos. Essa amizade teve curta duração: quando me dispus a ir embora ele não gostou e demonstrou de modo desproporcional seu descontentamento. Cravou no meu braço unhas e dentes deixando três buracos sanguinolentos.

Voltei depois a fazer carinho no Cordinha e ele age como se nenhum entrevero tivesse ocorrido entre nós. Eu, como sei que ele passa do amor ao ódio em frações de segundo, quando tenho que ir embora me afasto rapidamente não lhe dando chance para estúpidas reclamações.

Floquinho e Picolé mais Tiririca

Que é isso? Será um espanador?
Não, é apenas o Floquinho, nome dado pela dona da casa. Mas como às vezes eu acho que o nome não se aplica, resolvi chamá-lo de Picolé. Penso que ele, como alguns outros animais aqui de casa que têm dupla denominação, não deve ter nenhuma crise de identidade por ter de acudir a dois chamados diferentes.

Abaixo, foto de frente do Floquinho... ou Picolé.



Dizem que apenas os líquidos podem assumir o formato do seu continente. Não é verdade! Vejam abaixo que o Tiririca assumiu o formato da caixa. Ou estarei enganado e a caixa assumiu o formato do simpático, galhofeiro e rebelde cãozinho? Este tem apenas um nome, dado pelo pessoal do estacionamento de carros onde ele dormia. É um cão de sorte. Sua história será contada em outra oportunidade.

Um gato chamado Furinho


Furinho

Se você gosta de cães ou gatos é recomendável não deixar que as pessoas saibam disso porque, a despeito de se acharem muito "humanas" por não abandonarem seus animais na rua, podem equivocadamente julgar que você tem a obrigação de ficar com eles. E os deixam na sua porta.

E mais, desmamam os animais com pouco tempo de nascidos, sem necessidade - não podem ser tão ignorantes -, colocam-nos em uma caixa e o resto é com o dono da casa que recebe o presente.

Tem acontecido aqui em casa. Há mamadeiras próprias para se ministrar alimentos a animais nessa situação mas eles nem sempre resistem.

Há pouco tempo deixaram três gatinhos em frente à casa de uma senhora minha vizinha. Ela tem uns poucos gatos em seu quintal e acabou por trazer os recém-chegados para nós.

É um grande problemas alimentar esses bebês. Eles choram (miam) durante a noite, uma ou duas vezes, com fome; então você acorda e vai acalmá-los. Não se vê a hora em que eles crescerão e começarão a alimentar-se sozinhos. Quando isso aconteceu conseguimos dar os dois gatinhos pretos. O amarelo tinha um furo na barriga que dava até para introduzir o dedo, não sei até que profundidade, não cheguei a ver o furinho. O certo é que ele ficou aqui em casa em observação. Não era nada demais, nada grave. O nome dele? Furinho.